sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Sobre o que (não) queremos...



Para de ligar! Não é isso o que a gente quer. Isso é o que dizemos quando mentimos pra nós mesmos. Enganamos-nos. E não me venha dizer que é atenção o que a gente procura que não é. Não me venha dizer que são flores, perfumes e chocolates que também não é isso. Aquelas jóias, roupas e sapatos também já foram oferecidos à você por alguém. Mas obviamente você também não quis. Carinho, beijos e abraços também já foram oferecidos. Juras de amor provavelmente você já recebeu várias. A felicidade te foi oferecida. Ou ao menos uma oportunidade, porque eu sei que você pensou bastante, e acabou recusando. Um mundo de oportunidades boas já nos foi oferecido. Te ligaram várias vezes, te mandaram mensagens, cantaram aquela canção que você tanto gosta... Mas eu tenho certeza que esse alguém, você não quis. Jantares românticos, naquele restaurante que você sempre desejou ir, alguém inteligente, um papo agradável, um desenrolar interessante, um beijo, uma despedida, uma ligação no dia posterior. Você já passou por tudo isso, tenho certeza. Mas você também não quis. Sentimentos, declarações, amor. Cinema, filminho em casa, livros favoritos em comum, tudo o que você procurava. Mentira! Não é isso o que a gente procura. Então não me venha dizer que é atenção o que a gente quer, que não é! Para de ligar. O que queremos é o desprezo!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Das coisas do Fim do Mundo ou mais um ataque de Histeria.

Todos os dias vamos recebendo uma prova Divina de que o mundo, realmente, está perto de acabar. E olhe que eu não estou falando da Sétima Trombeta, ou Sétimo Selo, ou Besta de não sei quantas cabeças descendo dos Céus para aterrorizar a terra. São as coisas do cotidiano que acontecem, que só nos fazem chegar à essa conclusão.

É uma menina que estava lá no Canadá, que por algum motivo ficou famosa e hoje cobra 15 mil para aparecer. É uma piriguete que pega no sono durante o ato sexual. É uma ex-gestante de quadrigêmeos, que nunca foi gestante, que mais parecia ter engolido a bola do kiko. Ahh, tem as coisas que parecem ter se tornado banais, e de vez em quando pipocam na mídia, filho que mata pai, pais que matam filhos, etc.

Recentemente, venho pensando, que a inversão de valores, a falta de amor e sensibilidade para com os demais, também me parece um prelúdio do "Armagedom", "Apocalipse now" and blá blá blá. Somado a isso, o desespero anda unindo as pessoas. Sim, porque o desespero também une. E acaba por unir pessoas que, pelo menos aparentemente, não tem NADA A VER.

É um medo tão generalizado de ficar só, de não ser correspondido, de não ser feliz, que as pessoas andam se sujeitando a qualquer coisa. E olhe que para alguns, não precisa nem ter todos os dentes na boca não hein?! É aquele ditado, "sorriu pra mim, tô pegando" (Nem sei se isso é um ditado... maaas, até que poderia ser.). Já fomos mais exigentes! (Sim, é uma referência ao "Já fomos mais inteligentes!" rsrs).

Anyway, quando nossos antepassados escolhiam suas parceiras, eles eram mais seletivos, pois a finalidade era ter filhos mais fortes, saudáveis, porque a sobrevivência da espécie estava em jogo. Ser mais seletivos ajudou a evoluir... Mas hoje em dia... Cadê povo evoluído? Cadê catraca seletiva? Cadê selo do INMETRO? Cadê? Geente, só pode ser o fim do mundo!

Sobre as esquisitices do nosso tempo...


Que os tempos são outros, isso qualquer um pode afirmar com bastante veemência. Mas se para melhor, ou para pior, aí o debate já é outro. Nossos hábitos mudaram. Nosso comportamento mudou. Nosso vocabulário mudou. Nunca na historia desse País (rsrs) utilizamos tanto o “curti” como agora. Todo mundo fala (e dá) seus Likes, riem com o “like a boss”, “fuck yeah”, ou outro “meme” qualquer, se acham as pessoas mais “cool” do pedaço, e por ai vai. Tudo isso, sem o menor domínio da língua portuguesa, muito menos da língua inglesa. É só fingir. Talvez mais do que “ser”, “parecer ser” se torna uma necessidade cada vez mais urgente nos dias atuais. Ah, você pode substituir uma palavra por uma onomatopéia ou ruído qualquer... fazemos “tchêtchêrêrêtchêtchê”, e queremos “tchu, tcha”, ou seja lá o que isso signifique. Se você não for desse planeta, ou reencarnou agora, vai precisar de uma enciclopédia para entender tudo o que esta se passando. A própria dinâmica de sair pra jantar com os amigos foi alterada: quatro amigos sentados de cabeça baixa, checando seus tweets, face, tumblrs pelo celular é o cenário mais comum de uma noite de sábado. Só de vez em quando, e só de vez em quando mesmo, é lançado um assunto trivial na mesa, que logo é absorvido e ignorado pelos demais, até que se atualize a página do Twitter. Hora do jantar: fazer o pedido e se deliciar com um filé à Parmegiana nem pensar! Você precisa tirar a foto da comida, escolher um efeito e postar no Instagram. Agora sim, pode comer! O mesmo vale para as bebidas. Tira a foto da Heinneken, posta, depois bebe! Ah, as cervejas nacionais não são tão “curtidas” (Haha). E se você não entende do que eu estou falando, provavelmente você é um ET. Ou uma espécie em extinção. Ou mais evoluída, quem sabe. Por essa, Darwin não esperava.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Silêncio.


Redenção.

Tão chateado que não consigo nem me expressar. Nem sei se a palavra é essa. É uma raiva de mim mesmo, uma vontade de autopunição, como se, ironicamente, já não fosse punido o suficiente. O desejo é de ser martirizado, subir em praça pública e levar tomates na cara. Talvez a dor e a vergonha me façam aprender. Não, já passei por isso e não aprendi. Então o quê? Tão confuso que a resposta mais óbvia, aquela estampada na sua frente, parece não fazer sentido algum. Já levei os tomates na cara, não aprendi, mas ainda sim, desejo mais e mais. Talvez agora alguém tenha compaixão. E um pouco de dó de mim, me façam aprender. Mas também já passei por isso. Então o quê? Sensação de nada. Droga! Nunca vi nada dizer tanta coisa de uma só vez. Enquanto estou parado, e nada acontece, nada é sentido, nada é nada, os tomates vêm em minha direção numa velocidade frenética de todos os lados. Mas nem sinto dor, nem dó, nem vergonha. Até gosto. É uma sensação de merecimento. Como se tudo que é jogado em mim fosse uma espécie de pagamento pelo que eu já joguei nos outros. Sim, também já atirei tomates. A diferença é que dessa vez eu não estou me defendendo. Nem quero. Quero receber o que mereço. Parei de culpar a vida pelos meus erros. Os erros são meus. São seus. A vida só vai conduzindo a história. Os atos são meus. São seus. Não posso exigir mais que isso. Talvez por essa razão não esteja me defendendo dos tomates. Ao contrário, grito: Joguem. Joguem mais! Nessa tentativa de sentir dor, misericórdia, e vergonha, espero que tudo sirva de redenção com a vida. Aceite. Eu também aceito. É esse o meu pagamento. Trato feito! Ora, e quem sou eu para querer colher flores, se só plantei desilusão no meu jardim?

Devaneios sobre a felicidade (ou tristeza?) ou apenas uma ostra metida que não sabe nada da vida.


Uma frase, uma simples frase dita por uma amiga esses dias, me deixou a semana toda encucado. Ela parafraseou Ruben Alves, ao dizer que “Uma ostra feliz não produz pérola”. Fiquei pensativo... Porque, de todos os sentimentos e emoções que (re)produzimos, a felicidade, aquilo que todos desejam e buscam para suas vidas, logo ela seria um dos que não nos serve de inspiração na hora de produzir? A ostra tem que estar necessariamente triste, arrasada, de coração partido? Coitada! Devaneando e ouvindo minha playlist, tirando os hip hop’s com seus “mother fucker”, “yeah!! fuck you” e coisas do gênero, percebi que o restante das músicas, olhe que maravilha, celebravam a tristeza. A história de alguém que se foi, um relacionamento que não deu certo [tão clichê], discriminação, uma dor, lágrimas... lágrimas em forma de arte. Pérolas. Mas cadê as obras/produções felizes? Porque aparecem em menor número e muito timidamente? Tenho alguns pensamentos a respeito disso. Talvez as pessoas felizes ocupem mais o seu tempo sendo... felizes. As pessoas sofrem tanto, que quando conseguem ser felizes, vão vive-la intensamente. Elas não perdem tempo expondo sua felicidade para os quatro cantos do mundo. Elas têm mais é que serem felizes. Urgentemente, de preferência. Antes que acabe, porque lógico, acaba. Talvez esteja no inconsciente coletivo das pessoas (Jung me ajude nessa...) o sentimento de dor, de perda, e isso une pessoas com o pensamento em comum. As pessoas tendem a se identificar com a tristeza, por compaixão ou por qualquer outra coisa. Choro causa comoção, drama. A arte tende a ser dramática... têm de ser, para nos tirar do ambiente confortável da mesmice. A tristeza inspira e movimenta nossas histórias. Qual história venderia mais, a de um homem feliz, colhendo frutas no seu pomar feliz, com sua família feliz e estática? Ou a história de um homem triste, que perdeu a esposa em um acidente, e tenta aprender com as reviravoltas da vida? Sentiu a diferença? A tristeza é tão mais humana. Tão existencial. Talvez seja só a vida mesmo... a vida tem essa de ser triste. Pessoas que morrem ao nosso redor, amigos que se vão, as perdas inevitáveis, sentimentos com prazo de validade. Talvez a vida seja triste e ao longo do caminho vamos experimentado momentos de felicidade, ou seria o inverso? Bom, essa ostra aqui, que sim, esta feliz por enquanto, prefere pensar na segunda opção. Eis o que acredito: esteja você feliz ou triste o importante é vivenciar cada momento e tirar dele os melhores proveitos e ensinamentos possíveis. Existe coisas muito boas e ruins tanto na felicidade quanto na tristeza. Se você tiver numa fase ruim, acredite, a coisa boa esta lá, uma hora a gente percebe... a vida tem esse senso de humor que nem todo mundo gosta, nem todo mundo entende! E outra, vai passar... e se isso ainda não te confortar, lembre-se, nem todo mundo é ostra. Essas sim, nunca produzirão pérolas! 

segunda-feira, 5 de março de 2012

Equilibre os pontos



... como quando bate aquela confusão interna e você não entende por que dói tanto se na verdade você nem deveria lembrar. Como quando você se arrepende tanto por ter ido em frente, quando na verdade você nem deveria ter partido do ínicio. Como quando aquilo te preenche tanto que você nunca vai ousar saber a razão de ter ido tão além de um jeito tão superficial. Você nem sempre vai descobrir as intempéries que te fizeram ter ele fictício ao seu lado. Você só vai saber que ele não está mais ali. Pois muito embora dar certo tenha as mesmas chances de não dar. O não ter dado certo algumas vezes vem acompanhado de uma porção de decepções reais!