terça-feira, 5 de julho de 2011

Cansei...



Onde estão as pessoas apaixonadas e apaixonantes? Onde estão as borboletas e passarinhos verdes que embrulham o estômago dos bobos apaixonados? Onde estão as pessoas que tem a necessidade de permanecer? Onde estão os amores cinematográficos da vida real? Uma das respostas talvez seja essa: No nosso imaginário... mas não no imaginário das demais pessoas... Sinceramente? Cansei! Cansei de amores de uma noite só, cansei de amores que não ligam e passam a noite ao telefone até um dos dois adormecerem... cansei da efemeridade do tempo, das lembranças, dos sentimentos... cansei da descartabilidade de quem não ama, cansei do que nunca foi, cansei dos não amores, cansei do não amar!

Em pensamentos anteriores eu vi o quanto é difícil iniciar e finalizar um ciclo, embora isso aconteça num fluxo inter-relacionado que nem notamos... mas hoje eu digo a vocês: permanecer também é difícil, como tudo na vida. Permanecer nada mais é do que uma estrada em direção ao horizonte. Só que nem sempre será uma estrada em linha reta, e nem sempre um horizonte alcançável.

Para muitos é um desafio permanecer com alguém. Requer gasto de energia, tempo, dedicação, confiança. É uma série de requisitos que eu cheguei a pensar que significasse amor. Mas espere aí. Amor não é requisito, não é negociável, não é objeto de troca, amor é um sentir, é um querer sentir, é não querer sentir sabendo que se esta sentindo, negando aquilo que se sente... é tão forte que deverás amamos. Deixar uma vida libertina de paixões avassaladoras e efêmeras, casos de uma noite só sem compromisso com o depois, para viver uma vida em permanência com outra pessoa é um desafio. Acomodar-se é um desafio, talvez o maior desafio de nossas vidas. Criar raízes, fixar-se, deixar a árvore crescer, dar frutos, estabelecer família, filhos, abdicar... e... permanecer... ir permanecendo... até o horizonte.

Infelizmente cansa, desgasta um pouco... cansa não encontrar. Conseqüentemente, paramos de procurar. Mas decidi que devemos fazer assim: deixar nas mãos do tempo. Enquanto isso vamos preparando a terra, adubando, até que o mais importante aconteça: encontre a semente certa, e aí cabe a nós regar, cuidar, livrar das lagartas e ervas daninhas, deixar crescer, sentir os efeitos do tempo, deixar as primaveras, verões, outonos, invernos passarem, até que sua árvore tenha raízes longas, um tronco forte, folhas verdes e que te rendam bons frutos. Paciência!


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