quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O mundo de Sofia


Era uma noite comum, como todas as outras, daquelas em que nada acontece...
O relógio já marcava 23:00 horas de uma noite chuvosa de sábado.
Aquela chuva que te pega desprevenida e você acaba se molhando por inteira.
Acabara de chegar em casa, ensopada e cansada de um dia inteiro de trabalho. Era jornalista, tinha uma coluna semanal sobre política em um jornal da cidade.
Morava sozinha, em um apartamento modesto, com dois quartos, arquitetado como se um dia tivesse o prazer de preencher aquele quarto com uma família, que sonhava construir.
Porém, era sozinha, nem contava mais os anos e já acreditava que ser sozinha seria seu destino. Era solitária em seus pensamentos, em sua cama vazia, em seu coração vazio. Não por acaso. Tinha o coração marcado de romances falidos.
Acendeu a luz do seu apartamento e tudo o que precisava era se secar, livrar-se de um possível resfriado. E tomar um banho quente para relaxar toda a musculatura tensa de uma jornada de trabalho. Resolveu ligar o rádio. Estava tocando “All by Myself” da Céline Dion.
“Irônico”, ela pensou. Mais uma vez o destino pregava uma peça.
Sentou-se no sofá, e a melodia da canção lhe levou para um momento importante da sua vida. Um momento onde o vazio não existia, onde de fato, era feliz. E sim, era feliz. Porque o tinha. Lembrou de quando o conheceu, do riso bobo e meio de canto da boca quando ele perguntara o seu nome.
“Sofia”, respondeu com os olhos brilhando, e sem saber o porquê, com o coração palpitando acelerado.
Se perdendo pelas lembranças, logo lembrou do dia em que se beijaram, do dia em que sentiu o cheiro e o sabor daquele homem.
Aí vieram os jantares, os dias e noites de amor, tórridos, ardentes, inesquecíveis. Aí vieram os planos, os sonhos compartilhados, as cobranças, e...
Nesse instante, o belo se desfez em uma fração de segundos. As lembranças boas não foram suficientes para sustentar a dor que tinha passado.
Uma lágrima correu-lhe pelo rosto, e misturou-se com as gotas d’agua que ainda encharcavam seu corpo.
Lembrou do fim.
De súbito, correu para a geladeira, na procura de algo que preenchesse sua vida. Um pouco de emoção, serotonina, gordura trans, carboidratos, algo que pudesse ser útil nesse momento.
Encontrou um pote de sorvete que havia comprado semana passada.
Olhou para o céu e disse em voz alta: “Qual é? como se minha vida já não fosse um clichê ambulante...” e riu de si mesma.
Se enchendo de sorvete, começou a acompanhar a canção no rádio, cantando em alto e bom som, enquanto chorava.
“All by myseeeeelf, don’t wanna be, all by myseeeeeelf. Anymoooore”.
E lembrou-se, mais uma vez, de tudo que havia passado. Do término, do adeus.
[...]
Após alguns minutos, percebendo a cena ridícula do “Diário de Bridget Jones” que acabará de recriar, levantou-se apressada e guardou o sorvete novamente na geladeira. Engordar não seria um problema a mais na sua vida. Ela não iria permitir.
Enxugou as lágrimas com as mangas do seu casaco e desligou o rádio. Sua vida não iria parar por aquilo, tampouco os problemas iriam se resolver daquele jeito.
Foi pro seu escritório, abriu o notebook.
Lembrou que tinha um artigo para terminar.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Bartolomeu?

São verdades incompletas, das certezas que ele nunca teve. Olhares midriáticos para coisas que nunca viu. Caminhos percorridos por passos cansados, envolvidos pela ficção que ele não suportava limitar. Se ele tivesse descoberto antes a importância das certezas, teria estacionado na parada da inércia e muito antes, não teria criado a felicidade que só existiu numa cena criada para sua novela.

Se aqueles pássaros fossem menos coloridos, sua cegueira não desejaria conhecer como tanto desejou. Amanhecer, não estava finalmente no despertar cedo, se o poder sublime seria o próprio despertar. Só soube depois. Não conhecia as certezas.



Guardava dinheiro na mala de couro duro, jurando estar resguardando uma fortuna. Ele não sabia que poderia ter investido todo ele em coisas que o fizessem feliz. Assim foi por muito tempo. Até descobrir que a vida só ganhava aquela direção por que ele conhecia dela, apenas verdades incompletas. Certeza, certeza mesmo, ele nunca teve. Andava tão ocupado nas despesas do seu tempo, que rapidamente refletia que mesmo nas opções, as certezas são inconclusivas e as verdades permanecerão incompletas.
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terça-feira, 5 de julho de 2011

Cansei...



Onde estão as pessoas apaixonadas e apaixonantes? Onde estão as borboletas e passarinhos verdes que embrulham o estômago dos bobos apaixonados? Onde estão as pessoas que tem a necessidade de permanecer? Onde estão os amores cinematográficos da vida real? Uma das respostas talvez seja essa: No nosso imaginário... mas não no imaginário das demais pessoas... Sinceramente? Cansei! Cansei de amores de uma noite só, cansei de amores que não ligam e passam a noite ao telefone até um dos dois adormecerem... cansei da efemeridade do tempo, das lembranças, dos sentimentos... cansei da descartabilidade de quem não ama, cansei do que nunca foi, cansei dos não amores, cansei do não amar!

Em pensamentos anteriores eu vi o quanto é difícil iniciar e finalizar um ciclo, embora isso aconteça num fluxo inter-relacionado que nem notamos... mas hoje eu digo a vocês: permanecer também é difícil, como tudo na vida. Permanecer nada mais é do que uma estrada em direção ao horizonte. Só que nem sempre será uma estrada em linha reta, e nem sempre um horizonte alcançável.

Para muitos é um desafio permanecer com alguém. Requer gasto de energia, tempo, dedicação, confiança. É uma série de requisitos que eu cheguei a pensar que significasse amor. Mas espere aí. Amor não é requisito, não é negociável, não é objeto de troca, amor é um sentir, é um querer sentir, é não querer sentir sabendo que se esta sentindo, negando aquilo que se sente... é tão forte que deverás amamos. Deixar uma vida libertina de paixões avassaladoras e efêmeras, casos de uma noite só sem compromisso com o depois, para viver uma vida em permanência com outra pessoa é um desafio. Acomodar-se é um desafio, talvez o maior desafio de nossas vidas. Criar raízes, fixar-se, deixar a árvore crescer, dar frutos, estabelecer família, filhos, abdicar... e... permanecer... ir permanecendo... até o horizonte.

Infelizmente cansa, desgasta um pouco... cansa não encontrar. Conseqüentemente, paramos de procurar. Mas decidi que devemos fazer assim: deixar nas mãos do tempo. Enquanto isso vamos preparando a terra, adubando, até que o mais importante aconteça: encontre a semente certa, e aí cabe a nós regar, cuidar, livrar das lagartas e ervas daninhas, deixar crescer, sentir os efeitos do tempo, deixar as primaveras, verões, outonos, invernos passarem, até que sua árvore tenha raízes longas, um tronco forte, folhas verdes e que te rendam bons frutos. Paciência!


sábado, 2 de julho de 2011

Meu nome é Adele...



Quem me conhece sabe que eu sou super fã da Adele. Ela é um dos meus melhores achados no mundo da música ultimamente. A gente se encontrou num ponto da vida em que nossos momentos se interligam, e até o álbum “21” coincide com nossas idades e histórias de vida. Porque ela? Ela é um dos poucos artistas que conseguiram transformar sofrimento em arte, e obviamente, lucrar muito com isso. A indústria do sofrimento tem lucros altíssimos, é só olhar ao redor e ver os milhares de casos amorosos fadados ao fracasso de uma noite só e a quantidade de músicas, filmes, livros a respeito disso. Embora compartilhe de algumas coisas que ela compôs, é uma pena que no nosso caso, enquanto pessoas comuns, não lucremos nada. Pelo contrario, talvez fiquemos com o ônus, e pagamos os juros e correções monetárias dos relacionamentos passados. Mas enfim, ela sofreu, afinal, sofrer é privilegio dos vivos, expressou em suas canções, e está no auge. Ainda assim, em entrevistas recentes ela declarou que largaria tudo o que construiu, fama, dinheiro, carreira, para ter o ex-namorado de volta, se ele quisesse. Detalhe: o ex está processando ela alegando ter sido a fonte de inspiração e o tema central de suas canções, e quer tirar uma casquinha do sucesso da jovem. Ai eu penso: Que amor avassalador é esse que faria qualquer um de nós largarmos tudo, e ir a busca de viver esse amor? Que intensidade é essa que nos leva a uma loucura desenfreada de amar? Começo a pensar que os relacionamentos, e os sentimentos como o amor, estão bebendo da fonte do Sado masoquismo. Se isso é saudável ou não, eu já não sei... sei que existe as diferentes formas de amar. São tantas formas de se expressar o amor, que até já me questiono se amor realmente rima com dor. E acabo concordando. Refiro-me a dor de amar, a dor de não amar, a dor de ser amado, de não ser... “As vezes o amor dura, as vezes insiste em doer” diz Adele. Em uma das músicas, quando ela diz “poderíamos ter tido tudo”, é o “poderia” que mais pesa, que mais machuca. Lembro-me de Manoel Bandeira quando dizia “a vida inteira que poderia ter sido e que não foi”. Pensar no “poderia” é pensar no tempo perdido, no tempo que não existiu. Aí dói, dói bastante... até que passa. Vai ter que passar. Na vida existe um grande “SE”, um infinito de possibilidades não concretizadas: se eu tivesse feito isso, se eu tivesse feito aquilo. Coloque na sua cabeça que: “MAS você não fez!” “Arrependimentos e erros são feito de memórias” e não adianta chorar o leite derramado. Acontece que o que deveria ser pensar no tempo perdido acaba sendo uma verdadeira perda de tempo. A não ser que você componha músicas e ganhe muito dinheiro com isso. Foi o que Adele fez e não tem como não se identificar... sentimentos esparramados pelo chão é o que mais me atraí nela. E acaba que você aprende algumas coisas... como a própria diz, é importante que aconteça as “viradas de mesa”, e que as portas estejam sempre abertas, não para... mas que estejam abertas. Quem sabe não encontraremos “alguém como você”?


Pra quem não conhece, dá uma olhada em algumas músicas aqui:






terça-feira, 14 de junho de 2011

O sofrer feliz

Tem uma fase da vida de cada pessoa, que apresenta uma alegria tão constante que fica até difícil pensar se tudo isso é completo ou um pouco de felicidade aparente. Fato é que, nessa fase da vida, a gente passa a pedir bem pouco a Deus, já que tudo parece estar definitivamente maravilhoso. Outrora, vivemos momentos de nos fazer acreditar que tudo anda tão mal que chega a parecer impossível resolver tanta tristeza.
        Não sei bem em que momento da vida você viveu ou viverá este momento ímpar de contradição, isso porque podemos viver momentos iguais ainda que em tempos diferentes. O que é importante pensar, é que há um momento na vida em que você passa a enxergar o sofrimento como algo feliz! Acho que não preciso pedir para serem pacientes ao fazer esta leitura, o que quero dizer é que até o sofrimento é variável, nem todo sofrimento é tão ruim, assim como nem toda alegria é imensa. De certo, há motivos na vida para sofrermos que é passível de escolhas... Você pode sofrer ou NÃO. Mas, se esse sofrimento pode ser escolhido, ele pode também existir de um jeito contraditório. Quem nunca sofreu por amor? Quem nunca frequentou festas e mais festas a fim de esquecer um grande amor? Quem nunca cantou de olhos fechados àquela música que mais te trazia lembranças ruins do que lembranças boas? Quem nunca saiu com as amigas apenas pra ter a possibilidade de passar horas falando da mesma pessoa, na tentativa frustrada de esquecer?
        Aposto que todos estão sorrindo positivamente para as perguntas, que não de modo curioso, mas de modo igual viveu também tudo isso... É assim. O que acredito depois de algumas experiências, tanto minhas como de amigas e amigos bem próximos... É que há sofrimento feliz... Decidimos muitas vezes esquecer de sofrer especificamente por alguém, pra cantar músicas lindas de amor, para o amor futuro, e não para o ex-amor. Nós ‘roemos’ (roer – ato de lembrar, ter saudade, sofrer) pelo que ainda não existe, mas de um jeito bom. É divertido roer, quando não se tem motivos, quando a dor não é real. É divertido rir do nosso sofrimento, quando sabemos que ele é fingimento nosso! Assim, trabalhamos nosso espírito para que quando algo real acontecer, tenhamos em mente que há muitas formas de sofrer, e que entre tantas formas, o melhor a fazer é sofrer de um jeito mais feliz.
        Se isso for uma tática ilusória, que ela pelo menos nos torne mais fortes durante a fraqueza. Conclusivamente, quando se sofre e se nega o sofrimento, ele potencializa, quando se sofre ou não se sofre, mas se brinca de sofrer feliz, ele minimiza ou simplesmente, inexiste! Afinal, “é melhor ser alegre que ser triste, alegria é a melhor coisa que existe”...

sábado, 28 de maio de 2011

Eu não acredito...



Tem algo estranho comigo. Parar um momento da sua vida e pensar sobre si mesmo é algo que deve ser feito com freqüência, afinal, faz parte do processo: identificar problemas, intervir, avaliar, identificar os novos problemas... Pois bem, é na fase de avaliação que me encontro. E como um desdobramento deste, percebo que algo de estranho acontece comigo. 


Acabei de ler “Eu sei que vou te amar” do Arnaldo Jabor, buscando inspiração e um certo saudosismo amoroso, mas não aconteceu. Simplesmente não senti nada. Absolutamente nada. E isso é o que é estranho. Me entendam quando quero dizer que não senti nada... é que usualmente, após ler um livro desses eu estaria derramando lágrimas e palavras sobre o papel. Deixando a ferida exposta, como de costume. Mas dessa vez não. E a inspiração que eu estava esperando, não veio. 


Mas veio outra, uma inspiração nova. Foi diferente. O que isso significa? Como bom avaliador, é isso que me pergunto. Simplesmente o amor quando não é mais amor perde o sentido. Aquele amor se transforma em outra coisa. E as coisas quando perdem o sentido você as ignora e simplesmente para de acreditar nelas... bom isso é triste, você se torna frio, incrédulo, cético, cínico. Mas o que acontece quando isso é, por um lado, bom? 


Chega uma fase da sua vida, que você precisa de uma dose de cinismo, misturada com ironia e ceticismo, para tirar o gosto ruim da vida. Deixar de acreditar numa coisa, e neste caso, deixar de acreditar e sentir com os romances da literatura, ou os romances da vida real, significa que no fundo queremos que alguém nos prove que estamos errados. Não acreditar é pedir pra ver, é querer acreditar. Quando a gente diz “Não acredito mais no amor”, podemos traduzir como: “vem, me faz acreditar de novo, me mostre que pode ser diferente”. Esperança. É essa a palavra... As pessoas dizem que é a última que morre, e aí outro responde: “mas morre!”. 


Sabe o que eu penso? Quem morre são as pessoas, quem morre são os significados que certas coisas têm pra você, mas a esperança fica. Perdoem-me a expressão “morrer”. “Mudar”, se transformar, seria mais apropriado. Como diria a banda Biquíni, “Tudo que morre fica vivo na lembrança”. Acontece que sempre fica algo que te faz acreditar, te impulsiona num abismo sem fim, e aí você “passeia no tempo... caminha nas horas” esperando... esperando que algo extraordinariamente bom aconteça e te tire desse abismo.


Sendo assim, preciso dar uma segunda chance para “Eu sei que vou te amar”. A fase não ta propícia, o momento não é este. Li e não acreditei... duvidei, optei por não acreditar, por hoje, e simplesmente não sentir. O que quero é testar e ser testado. Não quero acreditar. Mas quero, do fundo do meu coração, estar profundamente errado... Eu quero estar errado!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

#FICADICA

A mulher do viajante no tempo.



O que você faria se pudesse viajar no tempo? Pense aí: viajar para os momentos bons do passado... reviver aquele momento, ver seu futuro, e entender como as pecinhas da sua vida se encaixam. Mas vejamos, ao mesmo tempo, revivemos os momentos trágicos, fazemos parte daquele momento infinitas vezes perdidas pelo tempo e não podemos interferir em nada, como a morte de um ente querido, por exemplo. É assim que Henry, vive na maioria das vezes. Vítima de uma doença genética que permite as pessoas viajarem no tempo, Henry vê a doença como uma maldição. Sempre viajando no tempo, perde a chance de permanecer e viver as coisas no tempo presente. Durante a leitura, enquanto seu “eu” presente anda por aí... ele se encontra com seu eu do passado, ou do futuro, e (re)vive situações complicadíssimas. Mas o livro não é bem sobre as viagens no tempo de Henry, universos paralelos e mutações gênicas, para os amantes de literatura sci-fi*. Como o próprio título nos revela, o livro gira em torno do drama de Clare, a esposa de Henry, que permanece horas, dias, meses em casa preocupada com as viagens do marido, sem saber nenhuma noticia, sem saber se ele esta vivo, ferido ou se está preso no tempo. Clare que conhece o Henry do futuro, o único homem da sua vida, desde criança, vai tendo seu próprio futuro conduzido por Henry e todas as situações em torno dele, e se questiona se ela tem o livre arbítrio de escolher mudar seu destino, ou se, por esse já ter acontecido, só resta esperar para que aconteça. Para os amantes de uma boa leitura, “A mulher do viajante no tempo” é um livro delicioso e divertido. Confesso que no início é meio complicado seguir as linhas do tempo que os personagens percorrem, mas com o decorrer da leitura a gente acostuma. É um romance belíssimo, com dramas comuns para um casal bastante incomum. Além disso, o livro tem um final fantástico de marejar os olhos. Quer saber como é? Confiram, porque vale a pena! Ah, outra dica... para os preguiçosos de plantão, o livro foi adaptado para o cinema, com o filme de título "Te Amarei pra sempre". Já viu né?


*Do Inglês, Science Fiction. Ficção Científica.

domingo, 8 de maio de 2011

Fluindo...


Esse texto não tem pretensão alguma de fazer sentido. São palavras que foram brotando da terra das palavras e foram sendo derramadas sobre o papel... Sento e escrevo. Fecho os olhos e penso... Quando o amor vira outra coisa? Como eu sei que é amor? Porque o amor não é suficiente? O que falta? Por que é que a gente só quer o que não pode ter? O que torna a vida mais fácil? Dinheiro? Saúde, amor? Qual o segredo de um relacionamento duradouro? É verdadeiro? É para sempre? Hoje eu só tenho perguntas em minha mente... interrogação, interrogação... ai que vontade de escrever. Queria que minha cabeça organizasse as minhas idéias... mas não dá... as palavras saem, as perguntas saem... respostas? Não. Não... tudo confuso! Sentar e escrever... esse é o objetivo. Aliviar. Esvaziar. Recomeçar? Talvez. É preciso. É doloroso. Mas a vida continua e você não esta só. Nunca estamos só. Nem nas palavras, nem no silêncio, nem na solidão... há alguém lá, alguém imaginário, alguém imaginado. Sua consciência, ela esta lá, ela te escuta, você se escuta. Você tem a si mesmo, e ainda assim, nunca estará só. Talvez chegue o momento, em que tudo que você precisa é estar acompanhado de si mesmo... a vida é fácil? Complicada? Depende muito do seu momento, seu com você mesmo, seu com os outros... o que você quer escutar dos outros? A resposta que você quer ouvir? A resposta que esta na sua frente e você não quer enxergar? A verdade? A mentira que te faz dormir? É doloroso, mas eu sei a resposta. Esta na cara, ta obvio, e ainda assim, insistimos em nos enganar, em nos prender, em ficar. A vida é movimento, o que ficou pra trás já não me pertence. O que está por vir nunca me pertenceu, embora logo, logo me pertença. Não, não, logo, logo já não me pertence mais, novamente. Sigo o meu caminho. Um caminho diferente? Ou um novo jeito de caminhar? Pergunta difícil. “escolha uma estrada e não olhe pra trás”? “tinha uma pedra no meio do caminho”? “perder-se também é caminho”? “Em qual rua minha vida vai encostar na tua”? tantas estradas, tantas encruzilhadas... becos sem saída. Mas pouco importa o caminho, se você não sabe onde é “lá”. Não é Alice? Pra onde ir? “estamos indo de volta pra casa”? Lar? “Lar é o lugar onde o seu coração está!” Interrogações, interrogações... no fundo, é o que nos resta. É o que nos move. É o que muda. É o que vai. É o que fica. Amadurecer é...? Resolvi trocar as palavras “nunca” e “sempre”. Essas já não fazem mais parte do meu vocabulário. A vida segue no gerúndio. Aprendendo, Indo, seguindo, sentindo... “caminhando, cantando, seguindo a canção”. E é assim... “todos os dias um vai e vem, tem gente a sorrir e a chorar. E assim chegar e partir...” É um eterno fluir, como as águas a caminho do mar. Inicio com perguntas soltas... termino sem conclusões, embaralho minha mente com mais confusões. Termino como comecei. Não fui a lugar algum? Não sei... não temos respostas para tudo... pensamos que temos! Ou simplesmente, inventamos nossas melhores respostas!

sábado, 30 de abril de 2011

Ter colegas ou ser amigo?

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine (CORÍNTIOS, 13).
Se nossas vidas fizessem sentido individual e particular, jamais precisaríamos falar a mesma língua, embora o amor seja poliglota ao meu ouvido. Diariamente é como se não sentíssemos o vazio de sermos um, sozinho, ou os que possuem mil amores, não percebessem a grandiosidade de ser tão acompanhado. Ter família e ter amigos dá sempre no mesmo: Não estar sozinho. Sair de alguém. Ter alguém. Fecundar alguém. Alguém vai conhecer outro alguém, que pode ser um amigo, ou um amor, que vai fecundar alguém, e... Sempre haverá alguém. Por isso sim, temos a certeza de que não dá pra ser feliz sozinho! Ter vários tipos de amor, conota à esse alguém que ele é essencial pra outra pessoa, e que uma outra pessoa é feliz por tê-la. É a sensação de sermos muita coisa pra alguém que nos torna seres capazes de ajudar, de cuidar, de se preocupar, apoiar, amar... 

Nunca vai importar o que aquela pessoa é da gente genealogicamente, porque não é o fato de termos uma mãe, que vai nos fazer amar e respeitar como mãe e amiga. Assim, como não é o fato de termos um pai que nos faz ter amor e respeito por ele. Não são os laços genealógicos que perpassam o amor. É o amor que perpassa laços genealógicos. Nós amamos pelo que somos ao lado dessa pessoa, e não porque somos filhos, ou pai, ou mãe.


A amizade sim, torna o amor algo literal, pois nossa família, ainda que não seja amada ou admirada por nós, sempre continuará sendo família. Mas amigos não. Amigos deixam de ser amigos. Só os amigos mudam. A família não. Se vocês sabem o que são amigos, talvez estejam se perguntando no momento, se eu falo de amigo, ou se falo de colega.

Caros leitores, AMIZADE não é transportada por carro, ela anda a pé. AMIZADE nunca fica sem crédito, ela liga do celular emprestado. AMIZADE nunca falta tempo, pelo contrário, ela disponibiliza tanto o tempo ao seu favor, que é pros não-amigos que realmente falta tempo. AMIZADE nunca liga, ela vai de moto-táxi até sua casa. AMIZADE não pergunta o que você vai fazer no final de semana, ela pergunta como está sendo sua semana. AMIZADE não espera não ter o resto do mundo pra lembrar-se de você, ela faz de você parte importante desse mundo. AMIZADE não segura vela, ela compartilha momentos. AMIZADE não enxerga dificuldade, ela facilita as soluções. AMIZADE não tem se torna passiva NUNCA. AMIZADE tem vontade, interesse e ATITUDE. 

Talvez seja agora, a hora da gente resolver nossa suficiência ou a suficiência dos outros na nossa vida.

Será que os amigos que a gente chama de NOSSOS, são mesmo nossos? Embora já tenhamos parafraseado alguém, não dá pra ser feliz sozinho, MESMO! Desejo somente que não nos amemos tão pouco à vivenciar o momento em que aceitaremos a metade incompleta de algum sentimento. Sim, porque embora metade, até as metades podem ser completas, é preciso só ter verdade e doação.
Deixarei dito por todos, sintam-se falados nos meus escritos: “Eu sei que você é um colega, ainda que eu seja um amigo!”
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[SAUDADES, Vovó]

domingo, 24 de abril de 2011

Let it be!


Não sei vocês, mas penso, e acho que muita gente já pensou isso também: tudo que precisamos na vida é de alguém para chamar de teu/tua. Acho que alguém já falou isso em alguma música. Isso nos faz bem, te faz sentir importante, talvez. Mas, aprendemos na vida que todo lado tem seu outro lado. É aquela história... podemos ver o copo meio cheio ou meio vazio, depende do seu olhar. Expressões como “ter”, “meu/minha”, “seu/sua” implica posse, seja isso bom, ou ruim. 

Pelo lado bom, a posse nos remete a união, a ter alguém que você pode contar, a uma relação onde fácil, fácil, você pode substituir o “eu” pelo “nós”. E quem não quer isso? Imagina só: Chegar de uma jornada cansativa de trabalho em casa, e descobrir que seu amor esta lá, pra você, te esperando. Seu. Só seu. Hum... Agora vamos pensar pelo lado negativo. Posse é apenas... Posse! Poder. Domínio. Disputa. Uma relação onde a hierarquia prevalece, e onde os sentimentos envolvidos, embora fortes o bastantes, ou que pensamos ser, não se sustentam. Ou até se sustentam, se isso for da conveniência de ambos. 

Mas sejamos sensatos, caros leitores, se pensarmos só mais um pouquinho, chegamos a uma conclusão... uma dura conclusão. Doce ilusão essa nossa de que as pessoas nos pertencem. Não somos de ninguém, nem de nós mesmos... somos multidão, somos solidão. Vôo e prisão... Ter uma pessoa especial em sua vida não significa: “sou dono dela!”. Tal fato, tampouco implica que ela permanecerá na sua vida. Quiçá para sempre. “Se você ama uma pessoa, deixe-o livre”. A arte de ser livre, de deixar ser... Não é aquele deixar displicente e desinteressado. É uma liberdade zelosa, que cresce, que muda, que acrescenta. A liberdade de ir e vir sem machucar, que deixa saudade e te faz voar, voltar... ficar. 

Isso me fez lembrar da história da menina que comprou um passarinho. Ela cuidou do passarinho, encheu sua gaiola de comida, de água... ela se sentia feliz, o pássaro talvez até se sentia confortável... mas os pássaros não foram feitos para viverem em gaiolas... os pássaros são do céu. A menina então resolveu soltar o passarinho, deixá-lo ir. E se alegrou, ao ver o vôo de liberdade do amigo. Somos pássaros. Pássaros engaiolados. Mas não fomos feitos para vivermos engaiolados nas gaiolas que nós mesmos criamos. Somos livres. Só assim, seremos felizes quando capazes de entender isso. Troquem meus pés por asas. Já não me limito a correr. Eu pertenço aos céus. Posso voar. E essa, é mais uma dura lição da vida... Mas a menina ainda pensa... será que algum dia, quem sabe um dia, o passarinho vai encontrar o caminho de volta? "Se ele voltar é seu. Se não, nunca foi... (BACH)".

sexta-feira, 22 de abril de 2011

#FICADICA

Sexo sem compromisso


Iniciando o #ficadica do nosso blog, parte destinada à sugerir e comentar músicas, filmes, livros, séries e baboseiras da TV e internet... o #ficadica de hoje deixa a sugestão do filme "Sexo sem Compromisso" para vocês conferirem no feriadão! Aproveitem: 

Nada melhor que um bom filme para agitar o final de semana, seja no aconchego de sua casa, com aquele velho DVD, ou para os que gostam de sair... aquele velho cineminha. Pois bem, a dica de hoje é o filme “Sexo sem compromisso” com a recém premiada Natalie Portman, e o galã Ashton Kutcher. Para os desavisados que vão ver o filme na procura por cenas de sexo e outras coisinhas mais, ou até mesmo pegar umas dicas de como se fazer sexo casual, já vou logo adiantando: o filme tem sexo de menos e compromisso de mais! O filme deveria se chamar “Amor e compromisso” (como falou um certo amigo meu). Mas calma, nem por isso o filme deixa de ser interessante. A personagem de Natalie, Emma, cresce e se transforma numa mulher deslumbrante, é bem sucedida, segue carreira médica, e põe o trabalho em primeiro lugar. Assim, é ela que não quer ter um relacionamento sério. É ela quem corre com medo de se entregar e se esconde por trás desse “sexo sem compromisso”. Enquanto isso, Adam, interpretado por Kutcher, tenta provar pra ela, por A mais B que eles são o casal certo, correndo atrás e acreditando no sentimento entre eles. Coisa rara de se ver, não? Enfim, você mulher deve ficar pensando... “que mulher idiota, homem ta tão difícil, e ela dispensando um bom partido...”. A verdade é que ela usa o sexo como uma desculpa para não se envolver, um escudo, para não revelar seus verdadeiros sentimentos, se entregar e sofrer. Mesmo assim, o personagem de Kutcher, já apaixonado, faz de tudo para viver esse amor. E é ele quem proporciona um dos momentos mais românticos do filme. Bom, quem quiser saber como é, dá uma conferida! “Sexo sem compromisso” é um filme leve, divertido e lindo. Rende boas risadas e de quebra, pode fazer você acreditar novamente no amor. Ou sentir muita inveja de quem o tem! Corre lá, faz download, vai na locadora, cinema e confira o filme!

Dá uma olhada no trailer do Filme:


quarta-feira, 20 de abril de 2011

Singelo



Carrego dentro de mim uma caixinha... uma caixinha simples, de madeira, pintada à mão de cor lilás, não muito grande. Grande o suficiente para caber o que preciso. Grande o suficiente para caber uma vida inteira... Abro-a. Encontro uma história, um amor, uma porção de livros, muita vontade de viver e uma janela de sonhos. 


A história é longa, é doce, é difícil. Quem disse que viver é fácil? A história só é história porque alguém viveu pra contar. É a história de uma vida, dividida em vários atos... comédia ou tragédia? Ambas fazem parte do teatro da vida. Ambas são fantásticas. Mas a história esta inacabada... ainda não se escreveu o fim. Que bom! O que levo da vida é a certeza de que não tenho certeza alguma. A certeza é inacabada. Inacabada como todos nós somos... Em meio a tanta incerteza, posso confiar nos meus sentimentos. Algo que vem não sei de onde, e brota onde menos se espera. Apesar de não saber, e ter certeza de que nunca saberei, sobre o que é desconhecido, posso vivê-lo. Posso confiar. Aí entra o amor. Veio para eternizar a história. Que seja eterno enquanto dure? Então que dure eternamente! Amor. Que palavrinha... simples, complexa, falada. Nada de palavras. O amor é um amor vivido... um amor que vejo, que posso sentir. 


Vasculho um pouco mais a caixinha e encontro a porção de livros que carreguei até agora... Livros, outra forma de eternizar a história. Talvez livros e amor tenham uma semelhança que nunca imaginei ter. E como é prazeroso... como é bom viver, e como é bom ler, como é bom amar. Posso viajar por inúmeras horas os lugares que quiser, os planetas que sempre quis conhecer... posso viajar até para onde não conheço, onde não existe, onde invento. 


Abro a janela... lá estão os sonhos. O tempo todo se modificando, apontando para um futuro que é desconhecido, mas que é querido... é desejado, é sonhável. Sim, é possível. Por isso sonhar é importante... porque mostra que é possível estar acordado com os pés no chão, e ainda sim, podemos abrir as asas e voar para um futuro possível, muito embora a vida mostre o contrário. O que é nossa vida então? Uma longa história com fim certo e incerto, esperado e totalmente inesperado, é um fim sem um fim. Pensar no fim também é pensar na vida... mas por enquanto vou vivendo. Quero viver pra ver, pra crer, pra sentir, pra ter sentido... 


Quem sabe um dia eu revire a caixinha novamente... com o que vou me deparar? Com o que foi vivido... com mais histórias escritas, com mais amor, com mais bagagem... e ainda assim, caberá tudo dentro dela...

domingo, 17 de abril de 2011

Eu descobri por que você se foi!

Pra Que Conversar

Paula Fernandes

Não adianta insistir em ficar
e prolongar esta dor em que estou
o nosso lance marcou e agora que acabou
é melhor você não me procurar
Pra que tentar disfarçar o que quer
se já conheço a tua intenção
eu não sou burra pra ser uma amante qualquer
viver somente uma noite de amor
Já descobri porque você se foi
O tal motivo pra você deixar
um dia você se apaixonou
mais sei que não aprendeu a me amar
Me diz agora pra que conversar
se foi você quem me abandonou
me liga aqui tenta me consolar
e na verdade sei que será melhor
a gente não se falar
Não vale a pena ficar me ligando
a nossa história ja virou passado.


Insistimos: SE NÃO DÁ.. DEIXE IR...

Se não dá...

Disse o U2, famosa banda Irlandesa, salvo o engano: "Mas eu ainda não encontrei o que eu procurava". Chegamos a uma conclusão: O que tanto aproxima, é o mesmo que pode afastar. Ninguém jamais vai conseguir conviver com o peso do seu brilho, embora seja essa luz que te faça a coisa mais linda da vida de alguém. Como reconhecer ser tão pouco perto disso? A fraqueza é desvirtude de muitos amantes... Eles não estão destinados à viverem sem conhecer o amor, mesmo assim, há amores que não sabem existir em menor ou maior brilho, e não dá pra pedir pra amar menos ou amar mais. Só ama. 

Muitos momentos levarão à vocês, lágrimas de abandono. Justamente por que quando se sofre, não se sofre pensando que em lugares bem próximos há àquela pessoa nos amando, e que por fraqueza agora vive em silêncio ou em casos externos e fúteis. 

Como viver com o amor alheio sem entender sua carga de amar e ser amado? É preciso confiar no seu brilho. Enxergar confiança na dor, é conhecer o potencial humano que há em você. Nunca negue à si mesmo, nem nunca assuma uma farsa. 

Quando aquele brilho se tornar insuportável à alguém, é porque aquele alguém não consegue mostrar  auto-brilho e ninguém vive da luz alheia. Não sofram, caros amigos. Ela nunca te esquecerá.
Não deixe que essa dor te torne pequeno, pois pequeno é não conseguir BRILHAR.

Se não dá... Deixe ir... 

sábado, 16 de abril de 2011

O difícil começo...

Na vida, talvez depois de tanto levar pancada, meio que a gente descobre que devemos ter cuidado com os extremismos: bom, mal, sim, não, nunca, sempre, início, fim. Inclusive, ter cuidado com os extremismos que o "meio termo" provoca. Mas a verdade é que a vida é cheia desses dilemas. Bom, mas não é bem isso que pretendemos discutir hoje.


Hoje, quero falar de como é difícil começar... Primeira coisa que a gente pensa: "Como eu começo? por onde?" Aí você está no ponto da sua vida onde o branco é total. O branco é uma fase onde você nem começou, já terminou! Mas vamos pensar... começar é, talvez, tão difícil quanto terminar. Nascer e morrer são extremos da vida, que são mais próximos do que a gente imagina. Nascer implica: estou começando a morrer. Sendo assim, podemos inferir que tudo que iniciamos, está destinado ao término, certo? Fica a pergunta no ar... porque o assunto não se encerra aqui. Prefiro acreditar que as coisas sempre iniciam e terminam, mas não como fatos isolados, as coisas estão sempre iniciando e terminando...  e como acontece tudo ao mesmo tempo, aí a gente nem repara.


Quem gosta de química sabe, que para uma reação acontecer ela precisa de uma energia de ativação. É preciso que uma mínima energia esteja disposta e disponível para dar início à uma complexa cadeia de eventos. Assim é começar... Dar o ponta pé inicial. Começar a pensar. Pôr no papel. Reunir toda a energia necessária para se dedicar, se desgastar, se renovar e continuar... Começar é errar, é terminar, resetar... Começo e fim... um inicia quando o outro acaba. Irônico.


Assim foi o nosso difícil começo... de criar o blog, de escolher os layout, de pensar nos textos, de juntar energia e se dedicar à algo. Tudo na vida é assim.... gasta energia, gasta tempo, gasta palavras... mas é o que a vida exige da gente, e é o que exigimos dela: começos e fins. Um ciclo. Alguns leitores poderiam dizer: "Não tá um pouco tarde pra começar não?". Eu respondo: "Tá não. Eu comecei agora!". Então se você quer espaço pra música, cinema, livros, sentimentos e bobagens, dá o play aí!


As contrações do Nascimento

É vontade expressa em rima. É desejo fomentado em fala. É tesão marcado em vida. É contração impulsionando atos. Viemos ao mundo (blog) por vontade de registros... Por desejo enlouquecedor de escrever. Um tesão tão voraz por certas verdades... E aquela contração dentro de nós, necessitando a EXPRESSÃO. 

Nascemos de parto cesáreo e gemelar. Nosso Pré-Natal sempre foi de alto risco, mas nós sempre fomos nosso próprio tratamento. Estamos bem, pois não entraremos nunca em sofrimento. Afinal, sofrer nunca é o fim.

Assim, chegamos ao ímpeto de não nos resguardar. Somos amigos, somos amantes, somos multidão - R&K.


Pensaremos por vezes, de modo tão igual que pareceremos sermos um. Outrora, seremos tão conflitantes que vocês logo reconhecerão que há um R e há um K. Só não queremos a confusão de deixarmos em algum momento de sermos dois. Pois somos Dois , pois somos Dois. Não somos Um.