sábado, 30 de abril de 2011

Ter colegas ou ser amigo?

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine (CORÍNTIOS, 13).
Se nossas vidas fizessem sentido individual e particular, jamais precisaríamos falar a mesma língua, embora o amor seja poliglota ao meu ouvido. Diariamente é como se não sentíssemos o vazio de sermos um, sozinho, ou os que possuem mil amores, não percebessem a grandiosidade de ser tão acompanhado. Ter família e ter amigos dá sempre no mesmo: Não estar sozinho. Sair de alguém. Ter alguém. Fecundar alguém. Alguém vai conhecer outro alguém, que pode ser um amigo, ou um amor, que vai fecundar alguém, e... Sempre haverá alguém. Por isso sim, temos a certeza de que não dá pra ser feliz sozinho! Ter vários tipos de amor, conota à esse alguém que ele é essencial pra outra pessoa, e que uma outra pessoa é feliz por tê-la. É a sensação de sermos muita coisa pra alguém que nos torna seres capazes de ajudar, de cuidar, de se preocupar, apoiar, amar... 

Nunca vai importar o que aquela pessoa é da gente genealogicamente, porque não é o fato de termos uma mãe, que vai nos fazer amar e respeitar como mãe e amiga. Assim, como não é o fato de termos um pai que nos faz ter amor e respeito por ele. Não são os laços genealógicos que perpassam o amor. É o amor que perpassa laços genealógicos. Nós amamos pelo que somos ao lado dessa pessoa, e não porque somos filhos, ou pai, ou mãe.


A amizade sim, torna o amor algo literal, pois nossa família, ainda que não seja amada ou admirada por nós, sempre continuará sendo família. Mas amigos não. Amigos deixam de ser amigos. Só os amigos mudam. A família não. Se vocês sabem o que são amigos, talvez estejam se perguntando no momento, se eu falo de amigo, ou se falo de colega.

Caros leitores, AMIZADE não é transportada por carro, ela anda a pé. AMIZADE nunca fica sem crédito, ela liga do celular emprestado. AMIZADE nunca falta tempo, pelo contrário, ela disponibiliza tanto o tempo ao seu favor, que é pros não-amigos que realmente falta tempo. AMIZADE nunca liga, ela vai de moto-táxi até sua casa. AMIZADE não pergunta o que você vai fazer no final de semana, ela pergunta como está sendo sua semana. AMIZADE não espera não ter o resto do mundo pra lembrar-se de você, ela faz de você parte importante desse mundo. AMIZADE não segura vela, ela compartilha momentos. AMIZADE não enxerga dificuldade, ela facilita as soluções. AMIZADE não tem se torna passiva NUNCA. AMIZADE tem vontade, interesse e ATITUDE. 

Talvez seja agora, a hora da gente resolver nossa suficiência ou a suficiência dos outros na nossa vida.

Será que os amigos que a gente chama de NOSSOS, são mesmo nossos? Embora já tenhamos parafraseado alguém, não dá pra ser feliz sozinho, MESMO! Desejo somente que não nos amemos tão pouco à vivenciar o momento em que aceitaremos a metade incompleta de algum sentimento. Sim, porque embora metade, até as metades podem ser completas, é preciso só ter verdade e doação.
Deixarei dito por todos, sintam-se falados nos meus escritos: “Eu sei que você é um colega, ainda que eu seja um amigo!”
-


[SAUDADES, Vovó]

domingo, 24 de abril de 2011

Let it be!


Não sei vocês, mas penso, e acho que muita gente já pensou isso também: tudo que precisamos na vida é de alguém para chamar de teu/tua. Acho que alguém já falou isso em alguma música. Isso nos faz bem, te faz sentir importante, talvez. Mas, aprendemos na vida que todo lado tem seu outro lado. É aquela história... podemos ver o copo meio cheio ou meio vazio, depende do seu olhar. Expressões como “ter”, “meu/minha”, “seu/sua” implica posse, seja isso bom, ou ruim. 

Pelo lado bom, a posse nos remete a união, a ter alguém que você pode contar, a uma relação onde fácil, fácil, você pode substituir o “eu” pelo “nós”. E quem não quer isso? Imagina só: Chegar de uma jornada cansativa de trabalho em casa, e descobrir que seu amor esta lá, pra você, te esperando. Seu. Só seu. Hum... Agora vamos pensar pelo lado negativo. Posse é apenas... Posse! Poder. Domínio. Disputa. Uma relação onde a hierarquia prevalece, e onde os sentimentos envolvidos, embora fortes o bastantes, ou que pensamos ser, não se sustentam. Ou até se sustentam, se isso for da conveniência de ambos. 

Mas sejamos sensatos, caros leitores, se pensarmos só mais um pouquinho, chegamos a uma conclusão... uma dura conclusão. Doce ilusão essa nossa de que as pessoas nos pertencem. Não somos de ninguém, nem de nós mesmos... somos multidão, somos solidão. Vôo e prisão... Ter uma pessoa especial em sua vida não significa: “sou dono dela!”. Tal fato, tampouco implica que ela permanecerá na sua vida. Quiçá para sempre. “Se você ama uma pessoa, deixe-o livre”. A arte de ser livre, de deixar ser... Não é aquele deixar displicente e desinteressado. É uma liberdade zelosa, que cresce, que muda, que acrescenta. A liberdade de ir e vir sem machucar, que deixa saudade e te faz voar, voltar... ficar. 

Isso me fez lembrar da história da menina que comprou um passarinho. Ela cuidou do passarinho, encheu sua gaiola de comida, de água... ela se sentia feliz, o pássaro talvez até se sentia confortável... mas os pássaros não foram feitos para viverem em gaiolas... os pássaros são do céu. A menina então resolveu soltar o passarinho, deixá-lo ir. E se alegrou, ao ver o vôo de liberdade do amigo. Somos pássaros. Pássaros engaiolados. Mas não fomos feitos para vivermos engaiolados nas gaiolas que nós mesmos criamos. Somos livres. Só assim, seremos felizes quando capazes de entender isso. Troquem meus pés por asas. Já não me limito a correr. Eu pertenço aos céus. Posso voar. E essa, é mais uma dura lição da vida... Mas a menina ainda pensa... será que algum dia, quem sabe um dia, o passarinho vai encontrar o caminho de volta? "Se ele voltar é seu. Se não, nunca foi... (BACH)".

sexta-feira, 22 de abril de 2011

#FICADICA

Sexo sem compromisso


Iniciando o #ficadica do nosso blog, parte destinada à sugerir e comentar músicas, filmes, livros, séries e baboseiras da TV e internet... o #ficadica de hoje deixa a sugestão do filme "Sexo sem Compromisso" para vocês conferirem no feriadão! Aproveitem: 

Nada melhor que um bom filme para agitar o final de semana, seja no aconchego de sua casa, com aquele velho DVD, ou para os que gostam de sair... aquele velho cineminha. Pois bem, a dica de hoje é o filme “Sexo sem compromisso” com a recém premiada Natalie Portman, e o galã Ashton Kutcher. Para os desavisados que vão ver o filme na procura por cenas de sexo e outras coisinhas mais, ou até mesmo pegar umas dicas de como se fazer sexo casual, já vou logo adiantando: o filme tem sexo de menos e compromisso de mais! O filme deveria se chamar “Amor e compromisso” (como falou um certo amigo meu). Mas calma, nem por isso o filme deixa de ser interessante. A personagem de Natalie, Emma, cresce e se transforma numa mulher deslumbrante, é bem sucedida, segue carreira médica, e põe o trabalho em primeiro lugar. Assim, é ela que não quer ter um relacionamento sério. É ela quem corre com medo de se entregar e se esconde por trás desse “sexo sem compromisso”. Enquanto isso, Adam, interpretado por Kutcher, tenta provar pra ela, por A mais B que eles são o casal certo, correndo atrás e acreditando no sentimento entre eles. Coisa rara de se ver, não? Enfim, você mulher deve ficar pensando... “que mulher idiota, homem ta tão difícil, e ela dispensando um bom partido...”. A verdade é que ela usa o sexo como uma desculpa para não se envolver, um escudo, para não revelar seus verdadeiros sentimentos, se entregar e sofrer. Mesmo assim, o personagem de Kutcher, já apaixonado, faz de tudo para viver esse amor. E é ele quem proporciona um dos momentos mais românticos do filme. Bom, quem quiser saber como é, dá uma conferida! “Sexo sem compromisso” é um filme leve, divertido e lindo. Rende boas risadas e de quebra, pode fazer você acreditar novamente no amor. Ou sentir muita inveja de quem o tem! Corre lá, faz download, vai na locadora, cinema e confira o filme!

Dá uma olhada no trailer do Filme:


quarta-feira, 20 de abril de 2011

Singelo



Carrego dentro de mim uma caixinha... uma caixinha simples, de madeira, pintada à mão de cor lilás, não muito grande. Grande o suficiente para caber o que preciso. Grande o suficiente para caber uma vida inteira... Abro-a. Encontro uma história, um amor, uma porção de livros, muita vontade de viver e uma janela de sonhos. 


A história é longa, é doce, é difícil. Quem disse que viver é fácil? A história só é história porque alguém viveu pra contar. É a história de uma vida, dividida em vários atos... comédia ou tragédia? Ambas fazem parte do teatro da vida. Ambas são fantásticas. Mas a história esta inacabada... ainda não se escreveu o fim. Que bom! O que levo da vida é a certeza de que não tenho certeza alguma. A certeza é inacabada. Inacabada como todos nós somos... Em meio a tanta incerteza, posso confiar nos meus sentimentos. Algo que vem não sei de onde, e brota onde menos se espera. Apesar de não saber, e ter certeza de que nunca saberei, sobre o que é desconhecido, posso vivê-lo. Posso confiar. Aí entra o amor. Veio para eternizar a história. Que seja eterno enquanto dure? Então que dure eternamente! Amor. Que palavrinha... simples, complexa, falada. Nada de palavras. O amor é um amor vivido... um amor que vejo, que posso sentir. 


Vasculho um pouco mais a caixinha e encontro a porção de livros que carreguei até agora... Livros, outra forma de eternizar a história. Talvez livros e amor tenham uma semelhança que nunca imaginei ter. E como é prazeroso... como é bom viver, e como é bom ler, como é bom amar. Posso viajar por inúmeras horas os lugares que quiser, os planetas que sempre quis conhecer... posso viajar até para onde não conheço, onde não existe, onde invento. 


Abro a janela... lá estão os sonhos. O tempo todo se modificando, apontando para um futuro que é desconhecido, mas que é querido... é desejado, é sonhável. Sim, é possível. Por isso sonhar é importante... porque mostra que é possível estar acordado com os pés no chão, e ainda sim, podemos abrir as asas e voar para um futuro possível, muito embora a vida mostre o contrário. O que é nossa vida então? Uma longa história com fim certo e incerto, esperado e totalmente inesperado, é um fim sem um fim. Pensar no fim também é pensar na vida... mas por enquanto vou vivendo. Quero viver pra ver, pra crer, pra sentir, pra ter sentido... 


Quem sabe um dia eu revire a caixinha novamente... com o que vou me deparar? Com o que foi vivido... com mais histórias escritas, com mais amor, com mais bagagem... e ainda assim, caberá tudo dentro dela...

domingo, 17 de abril de 2011

Eu descobri por que você se foi!

Pra Que Conversar

Paula Fernandes

Não adianta insistir em ficar
e prolongar esta dor em que estou
o nosso lance marcou e agora que acabou
é melhor você não me procurar
Pra que tentar disfarçar o que quer
se já conheço a tua intenção
eu não sou burra pra ser uma amante qualquer
viver somente uma noite de amor
Já descobri porque você se foi
O tal motivo pra você deixar
um dia você se apaixonou
mais sei que não aprendeu a me amar
Me diz agora pra que conversar
se foi você quem me abandonou
me liga aqui tenta me consolar
e na verdade sei que será melhor
a gente não se falar
Não vale a pena ficar me ligando
a nossa história ja virou passado.


Insistimos: SE NÃO DÁ.. DEIXE IR...

Se não dá...

Disse o U2, famosa banda Irlandesa, salvo o engano: "Mas eu ainda não encontrei o que eu procurava". Chegamos a uma conclusão: O que tanto aproxima, é o mesmo que pode afastar. Ninguém jamais vai conseguir conviver com o peso do seu brilho, embora seja essa luz que te faça a coisa mais linda da vida de alguém. Como reconhecer ser tão pouco perto disso? A fraqueza é desvirtude de muitos amantes... Eles não estão destinados à viverem sem conhecer o amor, mesmo assim, há amores que não sabem existir em menor ou maior brilho, e não dá pra pedir pra amar menos ou amar mais. Só ama. 

Muitos momentos levarão à vocês, lágrimas de abandono. Justamente por que quando se sofre, não se sofre pensando que em lugares bem próximos há àquela pessoa nos amando, e que por fraqueza agora vive em silêncio ou em casos externos e fúteis. 

Como viver com o amor alheio sem entender sua carga de amar e ser amado? É preciso confiar no seu brilho. Enxergar confiança na dor, é conhecer o potencial humano que há em você. Nunca negue à si mesmo, nem nunca assuma uma farsa. 

Quando aquele brilho se tornar insuportável à alguém, é porque aquele alguém não consegue mostrar  auto-brilho e ninguém vive da luz alheia. Não sofram, caros amigos. Ela nunca te esquecerá.
Não deixe que essa dor te torne pequeno, pois pequeno é não conseguir BRILHAR.

Se não dá... Deixe ir... 

sábado, 16 de abril de 2011

O difícil começo...

Na vida, talvez depois de tanto levar pancada, meio que a gente descobre que devemos ter cuidado com os extremismos: bom, mal, sim, não, nunca, sempre, início, fim. Inclusive, ter cuidado com os extremismos que o "meio termo" provoca. Mas a verdade é que a vida é cheia desses dilemas. Bom, mas não é bem isso que pretendemos discutir hoje.


Hoje, quero falar de como é difícil começar... Primeira coisa que a gente pensa: "Como eu começo? por onde?" Aí você está no ponto da sua vida onde o branco é total. O branco é uma fase onde você nem começou, já terminou! Mas vamos pensar... começar é, talvez, tão difícil quanto terminar. Nascer e morrer são extremos da vida, que são mais próximos do que a gente imagina. Nascer implica: estou começando a morrer. Sendo assim, podemos inferir que tudo que iniciamos, está destinado ao término, certo? Fica a pergunta no ar... porque o assunto não se encerra aqui. Prefiro acreditar que as coisas sempre iniciam e terminam, mas não como fatos isolados, as coisas estão sempre iniciando e terminando...  e como acontece tudo ao mesmo tempo, aí a gente nem repara.


Quem gosta de química sabe, que para uma reação acontecer ela precisa de uma energia de ativação. É preciso que uma mínima energia esteja disposta e disponível para dar início à uma complexa cadeia de eventos. Assim é começar... Dar o ponta pé inicial. Começar a pensar. Pôr no papel. Reunir toda a energia necessária para se dedicar, se desgastar, se renovar e continuar... Começar é errar, é terminar, resetar... Começo e fim... um inicia quando o outro acaba. Irônico.


Assim foi o nosso difícil começo... de criar o blog, de escolher os layout, de pensar nos textos, de juntar energia e se dedicar à algo. Tudo na vida é assim.... gasta energia, gasta tempo, gasta palavras... mas é o que a vida exige da gente, e é o que exigimos dela: começos e fins. Um ciclo. Alguns leitores poderiam dizer: "Não tá um pouco tarde pra começar não?". Eu respondo: "Tá não. Eu comecei agora!". Então se você quer espaço pra música, cinema, livros, sentimentos e bobagens, dá o play aí!


As contrações do Nascimento

É vontade expressa em rima. É desejo fomentado em fala. É tesão marcado em vida. É contração impulsionando atos. Viemos ao mundo (blog) por vontade de registros... Por desejo enlouquecedor de escrever. Um tesão tão voraz por certas verdades... E aquela contração dentro de nós, necessitando a EXPRESSÃO. 

Nascemos de parto cesáreo e gemelar. Nosso Pré-Natal sempre foi de alto risco, mas nós sempre fomos nosso próprio tratamento. Estamos bem, pois não entraremos nunca em sofrimento. Afinal, sofrer nunca é o fim.

Assim, chegamos ao ímpeto de não nos resguardar. Somos amigos, somos amantes, somos multidão - R&K.


Pensaremos por vezes, de modo tão igual que pareceremos sermos um. Outrora, seremos tão conflitantes que vocês logo reconhecerão que há um R e há um K. Só não queremos a confusão de deixarmos em algum momento de sermos dois. Pois somos Dois , pois somos Dois. Não somos Um.