Uma frase, uma simples frase dita por uma amiga esses
dias, me deixou a semana toda encucado. Ela parafraseou Ruben Alves, ao dizer
que “Uma ostra feliz não produz pérola”. Fiquei pensativo... Porque, de todos
os sentimentos e emoções que (re)produzimos, a felicidade, aquilo que todos
desejam e buscam para suas vidas, logo ela seria um dos que não nos serve de
inspiração na hora de produzir? A ostra tem que estar necessariamente triste,
arrasada, de coração partido? Coitada! Devaneando e ouvindo minha playlist, tirando
os hip hop’s com seus “mother fucker”, “yeah!! fuck you” e coisas do gênero, percebi
que o restante das músicas, olhe que maravilha, celebravam a tristeza. A
história de alguém que se foi, um relacionamento que não deu certo [tão
clichê], discriminação, uma dor, lágrimas... lágrimas em forma de arte.
Pérolas. Mas cadê as obras/produções felizes? Porque aparecem em menor número e
muito timidamente? Tenho alguns pensamentos a respeito disso. Talvez as pessoas
felizes ocupem mais o seu tempo sendo... felizes. As pessoas sofrem tanto, que
quando conseguem ser felizes, vão vive-la intensamente. Elas não perdem tempo
expondo sua felicidade para os quatro cantos do mundo. Elas têm mais é que
serem felizes. Urgentemente, de preferência. Antes que acabe, porque lógico,
acaba. Talvez esteja no inconsciente coletivo das pessoas (Jung me ajude
nessa...) o sentimento de dor, de perda, e isso une pessoas com o pensamento em
comum. As pessoas tendem a se identificar com a tristeza, por compaixão ou por
qualquer outra coisa. Choro causa comoção, drama. A arte tende a ser
dramática... têm de ser, para nos tirar do ambiente confortável da mesmice. A
tristeza inspira e movimenta nossas histórias. Qual história venderia mais, a
de um homem feliz, colhendo frutas no seu pomar feliz, com sua família feliz e
estática? Ou a história de um homem triste, que perdeu a esposa em um acidente,
e tenta aprender com as reviravoltas da vida? Sentiu a diferença? A tristeza é
tão mais humana. Tão existencial. Talvez seja só a vida mesmo... a vida tem
essa de ser triste. Pessoas que morrem ao nosso redor, amigos que se vão, as
perdas inevitáveis, sentimentos com prazo de validade. Talvez a vida seja
triste e ao longo do caminho vamos experimentado momentos de felicidade, ou
seria o inverso? Bom, essa ostra aqui, que sim, esta feliz por enquanto,
prefere pensar na segunda opção. Eis o que acredito: esteja você feliz ou
triste o importante é vivenciar cada momento e tirar dele os melhores proveitos
e ensinamentos possíveis. Existe coisas muito boas e ruins tanto na felicidade
quanto na tristeza. Se você tiver numa fase ruim, acredite, a coisa boa esta
lá, uma hora a gente percebe... a vida tem esse senso de humor que nem todo
mundo gosta, nem todo mundo entende! E outra, vai passar... e se isso ainda não
te confortar, lembre-se, nem todo mundo é ostra. Essas sim, nunca produzirão
pérolas!
Esse blog poderia ser igual a tantos outros que você já viu... Mas ele tem lá sua singularidade, ele não é intencional, exceto pela sua vontade esquisita de EXPRESSÃO. Por inteligência, amores e bobagens, esperamos apenas que faça sentido. Podem ter a certeza de que quando nada der certo no dia, aqui no blog existirá, pelo menos uma verdade com que você se identifique... Chegamos família Blogueira!!! Nós somos dois! Nós somos dois!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário