quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Devaneios sobre a felicidade (ou tristeza?) ou apenas uma ostra metida que não sabe nada da vida.


Uma frase, uma simples frase dita por uma amiga esses dias, me deixou a semana toda encucado. Ela parafraseou Ruben Alves, ao dizer que “Uma ostra feliz não produz pérola”. Fiquei pensativo... Porque, de todos os sentimentos e emoções que (re)produzimos, a felicidade, aquilo que todos desejam e buscam para suas vidas, logo ela seria um dos que não nos serve de inspiração na hora de produzir? A ostra tem que estar necessariamente triste, arrasada, de coração partido? Coitada! Devaneando e ouvindo minha playlist, tirando os hip hop’s com seus “mother fucker”, “yeah!! fuck you” e coisas do gênero, percebi que o restante das músicas, olhe que maravilha, celebravam a tristeza. A história de alguém que se foi, um relacionamento que não deu certo [tão clichê], discriminação, uma dor, lágrimas... lágrimas em forma de arte. Pérolas. Mas cadê as obras/produções felizes? Porque aparecem em menor número e muito timidamente? Tenho alguns pensamentos a respeito disso. Talvez as pessoas felizes ocupem mais o seu tempo sendo... felizes. As pessoas sofrem tanto, que quando conseguem ser felizes, vão vive-la intensamente. Elas não perdem tempo expondo sua felicidade para os quatro cantos do mundo. Elas têm mais é que serem felizes. Urgentemente, de preferência. Antes que acabe, porque lógico, acaba. Talvez esteja no inconsciente coletivo das pessoas (Jung me ajude nessa...) o sentimento de dor, de perda, e isso une pessoas com o pensamento em comum. As pessoas tendem a se identificar com a tristeza, por compaixão ou por qualquer outra coisa. Choro causa comoção, drama. A arte tende a ser dramática... têm de ser, para nos tirar do ambiente confortável da mesmice. A tristeza inspira e movimenta nossas histórias. Qual história venderia mais, a de um homem feliz, colhendo frutas no seu pomar feliz, com sua família feliz e estática? Ou a história de um homem triste, que perdeu a esposa em um acidente, e tenta aprender com as reviravoltas da vida? Sentiu a diferença? A tristeza é tão mais humana. Tão existencial. Talvez seja só a vida mesmo... a vida tem essa de ser triste. Pessoas que morrem ao nosso redor, amigos que se vão, as perdas inevitáveis, sentimentos com prazo de validade. Talvez a vida seja triste e ao longo do caminho vamos experimentado momentos de felicidade, ou seria o inverso? Bom, essa ostra aqui, que sim, esta feliz por enquanto, prefere pensar na segunda opção. Eis o que acredito: esteja você feliz ou triste o importante é vivenciar cada momento e tirar dele os melhores proveitos e ensinamentos possíveis. Existe coisas muito boas e ruins tanto na felicidade quanto na tristeza. Se você tiver numa fase ruim, acredite, a coisa boa esta lá, uma hora a gente percebe... a vida tem esse senso de humor que nem todo mundo gosta, nem todo mundo entende! E outra, vai passar... e se isso ainda não te confortar, lembre-se, nem todo mundo é ostra. Essas sim, nunca produzirão pérolas! 

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